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  • Foto do escritorJosé Augusto

Refúgios agrícolas: uma maneira de reduzir o uso de pesticidas, veja o que é, e como fazer.

O refúgio agrícola é uma estratégia de manejo que ajuda a evitar que insetos se tornem resistentes às biotecnologias. O refúgio é um campo plantado com plantas não transgênicas, que fornecem um habitat para insetos não resistentes. Os insetos não resistentes se reproduzem no refúgio e depois migram para os campos transgênicos, onde ajudam a controlar a população de pragas. O refúgio agrícola é uma ferramenta importante para a agricultura sustentável e para a proteção da saúde humana e ambiental.



O refúgio agrícola é uma estratégia de manejo da lavoura que tem como objetivo evitar o desenvolvimento de resistência de insetos às biotecnologias de proteção contra pragas de milho, soja, algodão e cana-de-açúcar. Além disso, o refúgio é uma prática agronômica benéfica que busca promover a sustentabilidade e a rentabilidade da produção agrícola.


As áreas de refúgio são necessárias devido ao uso excessivo de inseticidas não seletivos e à ampla adoção de culturas geneticamente modificadas com biotecnologia de proteção contra pragas, o que tem levado ao aumento da resistência de insetos. Esse processo reduz a eficácia das biotecnologias.


A resistência de insetos ocorre naturalmente quando são expostos, por um longo período, a altas doses de uma mesma molécula ou proteína. Essa repetição seletiva favorece a sobrevivência dos insetos naturalmente resistentes, resultando em populações resistentes ao inseticida em questão.


O refúgio agrícola tem como objetivo evitar que os insetos se tornem resistentes à proteína Bt (Bacillus thuringiensis), presente nas biotecnologias de proteção contra pragas. Na prática, o refúgio consiste no plantio de áreas com plantas que não possuem a proteína Bt próximas a áreas com plantas que possuem essa proteína.


O refúgio favorece o desenvolvimento de insetos naturalmente suscetíveis, permitindo que cruzem com os insetos naturalmente tolerantes. Isso resulta em populações de insetos que ainda podem ser controladas pela proteína Bt, presente nas plantas com biotecnologia de proteção contra pragas. Essa estratégia aumenta a durabilidade das biotecnologias, promovendo uma produção agrícola sustentável e rentável ao reduzir o uso de inseticidas.


O manejo de resistência de insetos, conhecido como MRI, engloba ações que visam evitar que um inseticida se torne um fator de seleção na lavoura. Além do plantio de áreas de refúgio agrícola, outras práticas agronômicas benéficas são adotadas, como a dessecação antecipada, o tratamento de sementes, a rotação de princípios ativos inseticidas, a rotação de culturas e o monitoramento de pragas.


Para montar uma área de refúgio agrícola, é necessário selecionar um talhão dentro da área total da lavoura, considerando o tamanho adequado de acordo com a cultura. A área de refúgio deve ser localizada a uma distância de 800 metros da área com plantas Bt, permitindo o cruzamento dos insetos suscetíveis com os não suscetíveis. É importante escolher cultivares para a área de refúgio que não expressem a proteção Bt, como variedades convencionais ou Roundup Ready (RR).


Para que o refúgio seja eficaz, é necessário evitar o uso de inseticidas com proteína Bt na área de plantas não Bt. A utilização de produtos seletivos pode ser interessante, pois permite o trabalho de agentes biológicos presentes na lavoura. O monitoramento da incidência de pragas ou danos nas plantas também é essencial na área de refúgio para tomar decisões sobre o uso de inseticidas.


É importante destacar que, mesmo sendo um cultivo sem biotecnologia, é possível e necessário que a área de refúgio se desenvolva de forma produtiva e gere renda ao agricultor. Além disso, atualmente é possível selecionar cultivares que não expressem a tecnologia Bt, mas que tenham potencial produtivo igual ou até superior às plantas com biotecnologia.


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